Brasil recusa proposta do Irã de compra de terras

Reuters News | Segunda, 23 de novembro de 2009, 15h25

O Brasil recusou uma proposta feita pelo Irã de compra ou arrendamento de áreas agrícolas brasileiras, com vistas à produção de alimentos e sua venda direta ao país islâmico, afirmou nesta segunda-feira o ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes.

Segundo o ministro, não interessa ao Brasil esse tipo de negócio, pois seria mais interessante para o país que o Irã comprasse mais produtos de empresas e de agricultores brasileiros.

"Não faz parte do nosso modelo de desenvolvimento. Nós temos agricultores capacitados para aumentar a produção", disse Stephanes, no Palácio do Itamaraty, antes de os presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Mahmoud Ahmadinejad, do Irã, fazerem um comunicado conjunto.

Pela proposta recusada, o Irã teria a oferta de produtos agrícolas garantida e a preços descolados do mercado.

"Se houver demanda, nós preferimos que eles aumentem os estoques, e nós produziremos mais", acrescentou o ministro, explicando que os brasileiros poderiam produzir mais no caso de o Irã manifestar interesse em comprar produtos do Brasil.

O Irã é um importante cliente do agronegócio brasileiro e já figurou entre os principais compradores de milho do Brasil. Segundo dados do Ministério da Agricultura, em 2006, o país islâmico foi o sexto mercado das exportações do agronegócio do País, comprando óleo de soja, açúcar bruto, soja em grão, milho, farelo de soja, carne bovina in natura e açúcar refinado.

Com a recusa do governo Lula, restou aos dois países fechar um acordo de cooperação técnica, por meio do qual a Embrapa (Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária) fornecerá aos iranianos o conhecimento agrícola para clima semiárido e também para a produção de laranja.

"O interesse deles é a segurança alimentar", acrescentou Stephanes.

Esse tipo de acordo proposto pelo Irã tem sido feito por outros países do Oriente Médio que buscam garantia de fornecimento de alimentos. Na semana passada, por exemplo, um grupo dos Emirados Árabes Unidos fechou um pacto para arrendar 700 mil hectares de terras no Marrocos.

De acordo com o ministro brasileiro, esta não é a primeira vez que um governo estrangeiro faz esse tipo de proposta ao Brasil. O ministro disse que a China e alguns países árabes fizeram a mesma tentativa anteriormente, o que tem sido refutado pelo governo.
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