Para ampliar PIB agrícola, Marrocos licita terras

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Até agora, 100 mil hectares de terras foram licitadas e a intenção é ofertar o uso de mais 600 mil hectares até 2020.

ANBA | 30/01/2014 | English

Para ampliar PIB agrícola, Marrocos licita terras

Setor movimenta US$ 11,56 bilhões no país e meta é chegar a US$ 17 bilhões em 2020. Governo vai arrendar 600 mil hectares para investidores locais e estrangeiros.

Aurea Santos, enviada especial
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Aurea Santos/ANBA

Rabat – O Marrocos quer elevar seu PIB agrícola para US$ 17 bilhões (140 bilhões de dirhans) até 2020. Em 2013, o setor faturou US$ 11,56 bilhões (95 bilhões de dirhans). Uma estratégia criada em 2008 pelo governo, o Plano Marrocos Verde, quer impulsionar o agronegócio marroquino e prevê novos investimentos de US$ 1,1 bilhão (9 bilhões de dirhans) até o final da década.

“No Marrocos existe um esforço para manter o setor agrícola como motor da economia nacional”, afirmou Mohammed Elguerrouj, diretor-geral da Agência de Desenvolvimento Agrícola, ligada ao Ministério da Agricultura e Pesca Marítima marroquino, nesta quarta-feira (29) a um grupo de jornalistas brasileiros. Quando foi criado, o plano Marrocos Verde determinou como objetivo dobrar o PIB marroquino do setor agrícola, que naquele ano era de US$ 8,5 bilhões (70 bilhões de dirhans).

O plano é um esforço integrado que envolve ainda os ministérios do Interior, das Finanças e da Indústria. Atualmente, os principais produtos agrícolas produzidos pelo Marrocos são laranja, leite, carne vermelha e verduras.

Para expandir sua produção, o Marrocos passou a licitar o uso de terras para projetos de agricultura. A participação é aberta tanto a marroquinos quanto a estrangeiros. Até agora, 100 mil hectares de terras foram licitadas e a intenção é ofertar o uso de mais 600 mil hectares até 2020.

Para participar, os interessados precisam apresentar projetos que promovam o desenvolvimento do setor. De acordo com Abderrahim Benyassine, diretor de Agregação e Parcerias da agência marroquina, a qualidade do projeto é mais importante para a vitória no processo licitatório do que o montante que a empresa está disposta a investir, pois o país busca projetos com valor agregado, que possam, por exemplo, desenvolver o trabalho de pequenos agricultores locais.

Entre os países que têm projetos no Marrocos estão Emirados Árabes Unidos, França, Portugal e Espanha. As licitações, no entanto, atraíram o interesse de investidores de mais nações, como Estados Unidos, Bélgica, Argentina, Gabão, Senegal, Tunísia, África do Sul e Austrália.

Existem 31 projetos de estrangeiros aprovados nesse programa, com um total arrendado de 7,8 mil hectares. A terra alugada pode ser utilizada por um período de mais de 40 anos, com possibilidade de renovação, e as condições de participação no processo são as mesmas para marroquinos e estrangeiros.

Outro produto que desperta a atenção dos estrangeiros, segundo Benyassine, é o óleo de argan, usado em cosméticos. “O óleo de argan é algo que se produz somente aqui, que é certificado e é vendido em todo o mundo”, destacou.

Questionado sobre as vantagens que um brasileiro poderia ter no Marrocos, uma vez que no Brasil há muita terra fértil, o executivo ressaltou as facilidades que seu país oferece para a exportação. “Há um crescimento demográfico muito grande na África e o preço da mão de obra aqui, que é qualificada, é mais barato que na Europa”, afirmou. Além disso, o Marrocos tem um acordo de associação com a União Europeia, coisa que o Brasil não tem.

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