BAD: China e Suécia na "corrida à terra" em Moçambique -- CoDA

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Moçambique é o segundo país no continente em apropriação de terra arável por investimentos estrangeiros

Lusa | 7.6.2011

Liboa, 07 jun (Lusa) -- Moçambique é um dos alvos principais da "corrida à terra" por investimentos estrangeiros no continente africano, com a China e a Suécia à frente dos principais projetos, revelou hoje em Lisboa a Coligação para o Diálogo Sobre África (CoDA).

Segundo os dados disponíveis, Moçambique é o segundo país no continente em apropriação de terra arável por investimentos estrangeiros, tanto em termos de número de projetos (405, apenas menos um que a Etiópia) como em área concedida (quase 2,7 milhões de hectares, apenas atrás dos 4 milhões de hectares concedidos pelo Sudão a parceiros estrangeiros).

Estes dados foram apresentados pela CoDA no segundo dia da reunião anual do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), que decorre até sexta-feira em Lisboa.

O caso moçambicano aparece em destaque num mapa dos investimentos estrangeiros em terrenos agrícolas, descrita pelo diretor executivo interino da CoDA, Abdoulaye Bathily, como a abertura de "uma nova etapa no processo secular de exploração de África" pelo exterior.

Os dados apresentados pela CoDA sobre a situação referem um investimento chinês de 800 milhões de dólares (544 milhões de euros) para multiplicar por cinco a produção de arroz em Moçambique. Outro, de empresas suecas, abrange 100 mil hectares para a produção de biocombustíveis.

"A bandeira do investimento é algo quase imaterial e o que nos diz apenas é que África tem hoje parceiros ao nível global", afirmou o milionário sudanês Mo-Ibrahim na conferência de imprensa final da CoDA sobre a "corrida à terra" africana.

"Não queremos fazer processos de intenção a ninguém, nem dizer se os investidores ocidentais se comportam melhor ou pior do que os investidores emergentes", sublinhou outro participante do debate, Cheick Modibo Diarra, presidente da Microsoft Africa.

"Podemos notar, porém, que em relação à exploração dos recursos minerais, a Europa, que tem uma relação mais antiga com África, não contribuiu muito para a transparência de processos. Foi uma iniciativa dos Estados Unidos que obrigou as suas empresas a publicar os seus contratos no setor", notou Cheick Modibo Diarra.

Um outro participante do debate resumiu as duas condições da apropriação de grandes áreas férteis como a junção de "abundância de terrenos improdutivos e má governação".
 

  •   Lusa
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