9-4-2011, Vermelho
O Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) divulga, desde quarta feira, 6, uma série de estudos dividida em três partes sobre as relações econômicas entre Brasil e China. De acordo com as duas primeiras porções de conclusões divulgadas, a China, que já é o maior comprador de produtos brasileiros desde 2009, deve se tornar ainda este ano também o país do qual mais importamos.
A previsão se baseia numa tendência verificada ao longo da última década — entre 2001 e 2010, o fluxo de investimentos diretos da China no Brasil cresceram 66,3%, indo de US$ 20.256 milhões para US$ 33.705 milhões. Ainda segundo o Ipea, os produtos brasileiros que detêm participações mais significativas no total de importações chinesas são o fumo (46%), as oleaginosas (35%), preparação de hortículas e frutas (21%), minérios (19%) e pasta de madeira e celulose (12%).
Entretanto, com a crescente compra de terras brasileiras por chineses (dados do Incra falam em 5,5 milhões de hectares, mas o relatório estima que já sejam 7 milhões), os importadores do gigante asiático estariam se interessando mais por mercadorias elaboradas, ligados às indústrias automobilística, informática, telecomunicações, eletrodomésticos e eletroeletrônicos.
Riscos e oportunidades
Por conta do novo direcionamento das importações chinesas e suas posses no solo brasileiro, o Ipea alerta para o risco de se perder mercados para a China, redução da estrutura de produção nacional e perda do controle sobre fontes de energia e recursos naturais.
Para evitar que tais possibilidades se concretizem, o instituto sugere a instalação de empresas brasileiras em território chinês, maior fiscalização das terras nacionais, ampliar a cooperação tecnológica entre os dois países nas áreas de energia limpa e aeroespacial, e ampliar os investimentos internos em infraestrutura.
O relatório também vislumbra boas oportunidades nas relações bilaterais com a China. "O investimento direto estrangeiro chinês pode significar o aporte de capital e tecnologia nos segmentos de infraestrutura – ajudando na viabilização dos grandes projetos de infraestrutura economia e social do Programa de Aceleração do Crescimento, da Copa do Mundo de 2014 e das Olimpíadas de 2016 – de siderurgia, da cadeia do petróleo e de minério, auxiliando na expansão produtiva desses segmentos", afirma o texto.
Da Redação, com informações da m&m online