Organizações da sociedade civil associaram hoje em Maputo a ocupação de pelo menos 6.000 hectares de terra em Moçambique para produção de soja ao ProSavana

Maputo acolheu a Segunda Conferência Triangular dos Povos -Moçambique, Japão, Brasil, um evento que reuniu cerca de 250 representantes do governo, sociedade civil, camponeses, empresários e estudiosos para debater sobre o ProSavana.

O chefe de Estado moçambicano terminou ontem em Maputo a presidência aberta no seu discurso Armando Guebuza defendeu que o estado deve resistir à pressão da privatização da terra.

Cerca de 3 mil famílias ocuparam, na manhã desta quinta-feira (17), a Fazenda Rio das Cobras, da empresa Araupel, entre os municípios de Rio Bonito do Iguaçu e Quedas do Iguaçu (PR).

Cerca de 60 camponeses e camponesas da região norte de Moçambique, membros da União Nacional de Camponeses (UNAC), encontram-se reunidos na cidade de Pemba, Cabo Delgado

Moradores de Nacala, cidade portuária da Província de Nampula, região que recebe grandes investimentos de empresas brasileiras, como Vale e Odebrecht.

Esta Campanha tenciona ainda denunciar e repudiar todas as formas de manipulação, cooptação, intimidação e tentativas de criminalização das organizações da sociedade civil, lideranças e activistas que contestam o Prosavana.

“Dizemos Não ao ProSavana assumindo o impacto nefasto e devastador que esse programa vai trazer para milhares de famílias camponesas residentes no corredor de Nacala”

O nosso Convidado é Luís Muchanga, Coordenador, da União Nacional de Camponeses, UNAC, em Moçambique, com quem vamos analisar, a situação agrícola e a privatização da terra naquele país.

"Somos levados a concluir que a Carta Aberta das Organizações da Sociedade Civil foi taxativamente ignorada e que o projecto prossegue, como se tudo estivesse perfeito"

"Com a crise de 2008, vieram para o Brasil 200 bilhões de dólares de capital fictício que foram aplicados só em recursos naturais. Esses 200 bilhões compraram terras, usinas de etanol, usinas hidrelétricas, etc."

Um programa que pode atingir a vida de milhões de camponeses e camponesas em Moçambique