Ex-braço de investimentos da Cargill busca terras no Brasil

15-2-2016, Bloomberg
Medium_proterrabrasil

por Gerson Freitas Jr.

A gestora de private equity Proterra, ex- subsidiária de investimentos da gigante de commodities agrícolas Cargill, está estudando "várias oportunidades" para a compra de terras agrícolas no Brasil e em outras regiões da América Latina. A firma pretende anunciar investimentos no País nos próximos três a seis meses.

A Proterra planeja investir cerca de R$ 1,8 bilhão (US$ 450 milhões) em terras agrícolas na América Latina e na Austrália, em parceria com empresas locais, afirmou Brent Bechtle, responsável pelos fundos agrícolas da gestora com sede em Minneapolis, EUA.

No Brasil, a Proterra busca parceiros para investir na produção de soja e milho em novas fronteiras agrícolas, no Pará e no chamado Mapito (região que engloba áreas de grãos no Maranhão, Piauí e Tocantins). O interesse pelo País cresceu após a forte desvalorização do real, que  tornou os ativos mais baratos para investidores estrangeiros.

"Encontramos um valor interessante no Brasil", afirmou Bechtle em entrevista por telefone na quinta-feira.

A Proterra anunciou seu primeiro investimento no Brasil em dezembro: a aquisição de duas usinas de cana-de-açúcar, com uma capacidade para esmagar até 3,7 milhões de toneladas e 35 mil hectares de área plantada, do grupo Antônio Ruette Agroindustrial. O negócio está avaliado em cerca de US$ 175 milhões, segundo dados compilados pela Bloomberg.

Bechtle disse que o fundo americano está focado em gerir a Ruette de maneira eficiente e não procura novos negócios no setor sucroalcooleiro. A Ruette será administrada pelo executivo Dario Gaeta, que ocupou o cargo de CEO da usina Paraíso Bioenergia entre 2008 e 2013, antes de sua aquisição pela Tonon Bioenergia.

O dólar teve uma valorização de 41 por cento em relação ao real nos últimos 12 meses. O câmbio mais fraco não apenas tornou os ativos brasileiros mais acessíveis para os estrangeiros, mas também minou a força de grupos com endividamento em dólar, tornando-os um alvo mais fácil. Foi o caso do grupo Ruette, que entrou em default antes de ser comprado pela Proterra.

A Cargill continua sendo uma investidora em fundos geridos pela Proterra, mas não se envolverá na administração das empresas adquiridas.  Mesmo assim, as usinas do grupo Ruette provavelmente terão um relacionamento comercial com a Alvean, a joint venture entre a Cargill e a brasileira Copersucar para comercialização de açúcar, disse Bechtle.

A Proterra está em busca de possíveis investimentos também na Colômbia e no México. A América Latina deverá receber cerca de metade do fundo de US$ 450 milhões da Proterra para aquisição de terras agrícolas, disse Bechtle.

A Proterra anteriormente fazia parte da Black River Asset Management, a unidade de investimento

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