28-5-2015, Globalization Commentaries
Timothy A. Wise
Eu me apresentei ao senhor Luís Sitoe, conselheiro econômico para o Ministério da Agricultura de Moçambique, e expliquei que durante as duas últimas semanas eu estive no país dele pesquisando sobre o projeto ProSavana, o qual é acusado de ser o maior programa de grilagem de terras na África.
A proposta desse ambicioso projeto de desenvolvimento entre o Brasil, o Japão e Moçambique era de transformar 35 milhões de hectares (mais de 85 milhões de acres) de terras supostamente desocupadas nas savanas de Moçambique em uma área de produção industrial de soja, segundo o modelo -‐‐ e com financiamento-‐‐ brasileiro, assim como foi feito na região centro-‐‐oeste do cerrado.
O Sr. Sitoe me olhou com um sorriso maroto. “Você viu o ProSavana?” Na verdade, não. “Até agora não houve nenhum investimento no ProSavana,” ele disse de forma muito satisfeita, o que é curioso devido ao fato de que um dos apoiadores mais fortes ao projeto tem sido o chefe dele, o Sr. José Pacheco, Ministro da Agricultura.
Em 2013, uma copia do Plano Diretor havia vasado de forma nada protocolar, causando vexames e uma enxurrada de controvérsias. Os agricultores impuseram muita resistência aos esforços de investidores internacionais e de membros do governo que tentaram tomar as suas terras. E ficou quase impossível encontrar investimentos brasileiros.
Será que a bolha da grilagem tinha estourado? Será que o inicio conturbado do projeto ProSavana seria um sinal de que as terras africanas haviam perdido o seu esplendor? Não, mas ao que parece é mais fácil um governo entregar as terras de um agricultor a investidores estrangeiros, do que as mesmas serem de fato cultivadas.
Artículo completo: A Grande Concessão de Terras em Moçambique
Esse artigo apareceu originalmente em Inglês na edição de Março/Abril da revista Dollars & Sense. Tradução por Miranda Chase.
Timothy A. Wise
Eu me apresentei ao senhor Luís Sitoe, conselheiro econômico para o Ministério da Agricultura de Moçambique, e expliquei que durante as duas últimas semanas eu estive no país dele pesquisando sobre o projeto ProSavana, o qual é acusado de ser o maior programa de grilagem de terras na África.
A proposta desse ambicioso projeto de desenvolvimento entre o Brasil, o Japão e Moçambique era de transformar 35 milhões de hectares (mais de 85 milhões de acres) de terras supostamente desocupadas nas savanas de Moçambique em uma área de produção industrial de soja, segundo o modelo -‐‐ e com financiamento-‐‐ brasileiro, assim como foi feito na região centro-‐‐oeste do cerrado.
O Sr. Sitoe me olhou com um sorriso maroto. “Você viu o ProSavana?” Na verdade, não. “Até agora não houve nenhum investimento no ProSavana,” ele disse de forma muito satisfeita, o que é curioso devido ao fato de que um dos apoiadores mais fortes ao projeto tem sido o chefe dele, o Sr. José Pacheco, Ministro da Agricultura.
Em 2013, uma copia do Plano Diretor havia vasado de forma nada protocolar, causando vexames e uma enxurrada de controvérsias. Os agricultores impuseram muita resistência aos esforços de investidores internacionais e de membros do governo que tentaram tomar as suas terras. E ficou quase impossível encontrar investimentos brasileiros.
Será que a bolha da grilagem tinha estourado? Será que o inicio conturbado do projeto ProSavana seria um sinal de que as terras africanas haviam perdido o seu esplendor? Não, mas ao que parece é mais fácil um governo entregar as terras de um agricultor a investidores estrangeiros, do que as mesmas serem de fato cultivadas.
Artículo completo: A Grande Concessão de Terras em Moçambique
Esse artigo apareceu originalmente em Inglês na edição de Março/Abril da revista Dollars & Sense. Tradução por Miranda Chase.